sexta-feira, abril 27, 2007

Os Távoras

Por causa dela, lembrei-me que tinha uma foto parecida e que era capaz de ficar gira a preto e branco. O resultado é este.

Este pátio dá acesso ao antigo Palácio dos Távoras, hoje abandonado, em ruínas e assombrado pelas almas da família, dizem. Reza a história que Marquês de Pombal era muitas vezes criticado pela nobreza, por ser um burguês que dava conselhos ao Rei, na altura D. José, o que era muito mal visto na altura. Os Távoras eram precisamente uma das famílias que não gostavam desta ligação. Assim, quando houve um atentado ao Rei, o Marquês de Pombal teve a oportunidade certa para acabar com os Távoras. Acusou-os de traição e de tentarem matar o Rei. Alguns membros da família foram torturados e assassinados. E como se isto não bastasse, o Marquês mandou ainda apagar o brasão da família Távora, ainda hoje visível na fachada do palácio abandonado.

Vai cagar ao mato

Ou é o meu rabo que é muito grande ou então sou uma esbanjadora, mas não vejo como é que se consegue ir à casa de banho e gastar "apenas um quadrado em cada visita à casa de banho, excepto, é claro, naquelas ocasiões desagradáveis em que dois ou três podem ser necessários". A menos que estejamos a falar daquele papel higiénico brilhante que a Renova lançou e que vem numa caixa com 148 diamantes incrustados. Mas não. Esta é uma sugestão da Sheryl Crow, preocupada com as questões ambientais.

Notícia aqui.

quarta-feira, abril 25, 2007

Tenho tanta pena

Completamente sedada pelos medicamentos que te deixam como que a pairar nestes dias loucos que não parecem ter fim, em que as perguntas não saem da cabeça e não deixam as respostas – se é que as há – entrar, dizias-me “tenho tanta pena, tenho tanta pena...”. Sem te conseguir ajudar perante o inevitável, deixaste-me completamente alterada. Definitivamente isto não é o que quero para mim. Viver com dúvidas, com questões mal resolvidas como se nesta vida houvesse tempo para orgulhos feridos. Cada vez mais me convenço que tudo é muito fugaz e não temos a verdadeira noção do tempo, que pode ser trapaceiro.
Há mais de um ano que estou a ler as cartas que António Lobo Antunes escreveu à sua mulher enquanto estava na guerra. E se ao início me fez confusão a sua forma de escrita, até então desconhecida para mim, à medida que fui avançando, a estranheza prendia-se sobretudo com a exposição de um amor que se quer, minimamente, resguardado e como se costuma dizer em questões de casamento: entre quatro paredes.
Quando o senhor foi distinguido com o Prémio Camões, foi como que um despertar forçado para chegar ao trabalho a horas. Afinal se já conseguia ler Saramago, qual era o problema com o Lobo Antunes? A verdade é que as recentes, e não poucas, horas semanais passadas no hospital deram um empurrãozinho na sua leitura, que torna a espera bem menos longa. Mas agora, e depois de saber que o senhor está muito doente, a minha sensibilidade alterou-se radicalmente e tenho de me render às evidências de que há mesmo uma altura certa para se ler cada livro.
Arranja uma grande cama para nela morremos juntos, colados um ao outro, sem que saibamos qual dos nossos dois corpos somos”. Como é que se consegue ficar indiferente a esta frase? A questão da privacidade já nem se coloca, só o amor e mais nada.
E hoje, ao falar contigo, voltei a repensar tudo. Os amigos, a família, o descanso e tudo o resto, que neste momento é muito mais que os primeiros porque o trabalho me consome e me enche de cabelos brancos. Hoje, as minhas certezas de que não é isto que quero, voltaram a reafirmar-se e espero que com elas um novo alento para continuar a ser a mulher presente, a amiga que está ali à mão, a tia que dá uma ajuda com os sobrinhos, a filha refilona e a profissional que sempre me orgulhei de ser.

segunda-feira, abril 23, 2007

A ti Pança e a ti Maria Gorda

Depois de três meses de sofrimento, entre estados raros de lucidez e muitos de inconsciência, o coração da ti Pança resolveu, mesmo com a ajuda das máquinas, parar de trabalhar. O mesmo já havia acontecido com a ti Maria Gorda, sua cunhada e minha avó. A alcunha pela qual eram conhecidas, e que ainda hoje persiste naqueles cujos corações são mais resistentes e que volta e meia ainda ouço quando passo na Rua 1.º de Maio, não tinha o carácter depreciativo a que hoje estamos habituados. Sim, eram robustas. Mas não me parece que a explicação venha daí. Aliás, não faço a mais pequena ideia de onde venha. O verdadeiro nome da ti Pança nem o conheço. E é nestas alturas, em que se fecha mais um ciclo, que repensamos no que já passou e naqueles que já partiram. Ontem à noite questionava-me mentalmente se havia de ir ao funeral. Para além de ser a última tia-avó que tinha do lado do meu avô, a ti Pança é mãe de umas primas que adoramos e era avó do primo que nos deu o prazer de sermos padrinhos do seu filho. Mas depois penso, em três meses de internamento, não fui vê-la nem uma vez. Mesmo enquanto estava em casa das filhas, minhas vizinhas, só a via quando ela estava na rua a apanhar Sol. Queria ir ao cemitério falar com a ti Maria Gorda, mas isso posso fazer sempre que me apetecer, porque sei que ela me ouve. Queria sair daqui porque acaba por ser o escape mais fácil. Mas, tal como não vou à missa pelas pessoas que me possam lá ver e ficar agradadas com o gesto, não vou a um funeral de uma pessoa que não estimei assim tanto em vida e que seria só para alguém ver. Ao invés disso fico aqui. Com a certeza, porém, de que esta vida passa realmente depressa e que temos de cuidar daqueles que amamos.


terça-feira, abril 17, 2007

História trágica com final feliz

Durante algum tempo, a minha imagem de apresentação no msn tinha sido retirada de uma ilustração alusiva a uma curta-metragem de Regina Pessoa. Durante 7’ e 46’’, a realizadora conta a sua própria história, a história de alguém que não desiste de fazer filmes de animação seguindo processos diferentes e morosos, a história de uma menina com um coração que bate alto demais e incomoda toda a gente.
A primeira vez que tive contacto com esta História, chegou-me como press. Ia ser projectada no Hospital Júlio de Matos. Esquecimento ou não, a verdade é que nada fiz com aquele press, limitando-me apenas a tomar a ilustração como minha. Pelo menos duas pessoas ma pediram, e pelo menos outras duas fizeram comentários. Sem ter retido a verdadeira informação do press, que entretanto apaguei, lembro-me de dizer que tinha sido feita com a colaboração de pacientes do Hospital. Vê-se logo que tem qualquer coisa no olhar; ar de quem pode cometer suicídio, disseram-me. Será mesmo que se consegue perceber tanto de uma imagem sem sequer fazer ideia do que ela representa ou de todo o simbolismo que está por detrás? Seja como for, História Trágica com Final Feliz já ganhou 40 galardões internacionais.


http://www.historiatragicacomfinalfeliz.com/

quinta-feira, abril 12, 2007

The Blower's Daughter

Ultimamente ouve-se muito disto por aqui...

terça-feira, abril 10, 2007

E depois são as mulheres que não percebem de futebol...

Ontem, no fim do jogo Beira Mar – Benfica, transmitido pela TVI, nas habituais declarações pós-jogo, o jornalista (se é que se pode chamar assim… primeiro tinha escrito o jornalista burro como deve ser requisito para trabalhar na estação, mas como não sei se um dia não irei trabalhar para lá, achei melhor alterar) saiu-se com algumas pérolas como:
Depois deste empate, como é que está o ambiente no balneário? Inteligente e “batido” nestas situações, Rui Costa ainda todo transpirado e ofegante, como os restantes jogadores que acabaram de andar 90 minutos a correr atrás da bola, foi um senhor e respondeu-lhe: “Oiça, eu ainda nem fui ao balneário…”. O que vale é que a seguir, e é aqui que entra a experiência, o Rui Costa disse-lhe tudo o que ele queria ouvir. Chegada a vez do jogador do Beira Mar, outra pérola: “é a 3.ª vitória consecutiva do Beira Mar…”, ao que Ratinho respondeu, como que ainda a pensar se teria estado noutro jogo, “nós empatámos…”.
A menos que este tenha sido o primeiro vivo do jornalista, quer-me parecer que não vai longe…

terça-feira, abril 03, 2007

A “Guida Gorda”

Quem me conhece, ou convive mais comigo no meu dia-a-dia, sabe que ando frequentemente com as leituras atrasadas. Acabamos de entrar no 2.º trimestre de 2007 e seguramente que ainda tenho jornais do início de 2006 para ler. Porque é que não os deito fora? Porque depois me podem escapar pérolas como a que vinha na Sábado, curiosamente da semana passada, a propósito dos 25 anos do Frágil. Entre 1984 e 1991, Margarida Martins foi porteira da discoteca e era conhecida como a “Guida Gorda”. Em 1984, na inauguração de uma exposição no teatro Éden, Margarida Martins foi apresentada a Mário Soares que lhe disse que já a conhecia e até já a tinha visto nua. Porquê? Porque a “modelo” na altura posou seminua, em cima de um cadeirão, para o convite para uma das festas de aniversário do Frágil. Ao invés de tentar apagar esta história dos anais, Margarida Martins ainda revela que fizeram os convites com ela de frente e de trás e que foi ela própria que decidiu a quem mandava o convite com a imagem da parte da frente e quem ficava com o rabo… a pergunta evidente: o que será que calhou ao então Presidente da República?