terça-feira, dezembro 30, 2008

2009


Sorrir não custa nada e ainda ginasticamos os músculos faciais. Portanto, é a partir desta imagem que formulo os votos para 2009: que seja um ano afiançado em sorrisos e, porque às vezes também não nos custa assim tanto, com alguma solidariedade à mistura.

segunda-feira, dezembro 29, 2008

Lobo Antunes diz que os livros são indecentemente caros

Gosto dele, é um facto. Custou-me a ler D’este viver aqui neste papel descripto, mas gosto das crónicas. Creio que me “apaixonei” por ele com a primeira crónica que escreveu depois de lhe ter sido diagnosticado cancro. Definitivamente tenho de o ler mais.
Mas hoje, ao ler
esta notícia no Diário de Notícias, fiquei um bocadinho desgostosa. Diz o senhor que os livros são «indecentemente caros». Até aqui estamos de acordo. Mas depois diz que não baixa a sua margem, de 17%, pois «se os outros não o fazem, não vou ser eu a fazê-lo». Que tal dar o exemplo? Se ainda por cima o dinheiro «foi para as miúdas», é porque não lhe deve fazer tanta falta. Sendo ainda mais malvada, se está com receio de não conseguir acabar o próximo livro, então, definitivamente, é porque não precisa do dinheiro.

quinta-feira, agosto 21, 2008

Ler devagar

Demorada como sou a ver os e-mails, provavelmente, vou aqui transcrever uma coisa que há muita circula na net e que toda a gente já viu, mas, ainda assim, prefiro passá-la para aqui a deixá-la cair no esquecimento.

Se o Mário Mata, a Florbela Espanca, o Jaime Gama e o Jorge Palma, o que é que a Rosa Lobato Faria?
E, já agora: alguém acredita que a Zita Seabra para o António Peres Metello?

quarta-feira, junho 18, 2008

D’este viver aqui neste papel descripto

Não tenho memória de ter demorado tanto tempo a ler um livro, mas a persistência – ou teimosia, como quiserem chamar – acabou por falar mais alto. Tendo crescido a remexer nas caixas de alumínio que a minha mãe guardava no roupeiro da sala, onde víamos televisão ainda a preto e branco, onde estavam as cartas que os meus pais trocaram quando ele esteve em Angola, assim que soube deste livro acrescentei-o à lista dos ‘a comprar’. No entanto, e apesar daquele lado voyeurista que todos devemos ter, não gostei muito. Até que ponto vale a pena expor assim o amor, mas também o sofrimento? Até que ponto aquela história de amor, e todas as outras, não é íntima e pessoal, digna de ser apenas conhecida e partilhada pelos protagonistas e pela família e amigos e não por toda a gente que lê, e aqui novamente o factor voyeurismo, e que tem o gostinho especial de saber da vida dos outros e das suas desgraças?
Ainda assim, e de entre tantas outras coisas que agora recordo ao percorrer as páginas com os cantos dobrados, achei curiosas as referências a 2000. Num aerograma de Maio de 71, António Lobo Antunes fala no, na altura longíquo, ano de 2000, altura em que a sua filha, ainda por nascer, teria 29 anos. Apesar de ter lido estas cartas no ano passado, dei por mim a recuar no tempo e a lembrar-me da agitação que se vivia com a entrada no novo século, e parece que ainda foi ontem...
Em jeito de despedida, duas citações retiradas do livro que dão para ter uma pequena ideia da genialidade - ou mau feitio, como quiserem chamar – deste grande senhor.
«Lembro-me das histórias que fazia nos livros de capa de oleado das contas da minha mãe, da imensa diarreia de poemas que comecei a fazer a partir dos 13 anos. Por isso, quando digo «se este não prestar não faço mais nada» estou a rir-me de mim próprio. Sei bem que de qualquer modo e qualquer que seja a minha categoria (convém pensar que é a maior) hei-de escrever enquanto essa necessidade inadiável existir comigo.»

«Pode não se gostar do meu modo de escrever, do excesso, talvez, de adjectivos e de advérbios, de enumeração paralela. Pode preferir-se mais concisão. Detestar o absurdo, sei lá. Tudo. A verdade é que este modo é o meu, e me agrada, a mim, ler-me.»

segunda-feira, maio 19, 2008

A imparcialidade que se espera de um jornalista

Ontem não se falava de outra coisa que não fosse a final da Taça, entre o Sporting e o Porto. Eu, fervorosa adepta de outra coisa qualquer que não seja futebol, perante os berros que me chegavam vindos da sala, por duas ou três vezes, fui impelida a espreitar como estava a decorrer o jogo. E dessas poucas vezes que o fiz, deparei-me com comentários como «não é à terceira, é à primeira que se deve mostrar o cartão amarelo», referente a um lance em que supostamente o Derlei o merecia, e «golo com muita, muita sorte à mistura». O seu autor? O jornalista Nuno Luz. Não era suposto, pelo menos, o jornalista tentar ser isento? Não sei porquê mas nunca fui muito à bola com este Nuno Luz…

terça-feira, abril 29, 2008

Jornais vs Internet

Ontem comprei o Público. O motivo? A entrevista a António Cunha Vaz. Entrevista à parte, dou por mim a pensar como é que ainda há quem compre jornais. Não é pelos 0.90€ que o jornal custa, mas sim pelas notícias que traz. Sendo do ramo é quase pecaminoso fazer este tipo de afirmações, mas a verdade é que hoje em dia encontramos (quase) toda a informação online, e de forma gratuita. Há alguns anos rendi-me à “obrigação” de comprar o Expresso, como se voltasse aos tempos colegiais, em que se não tivesse uma camisola da marca X ou umas calças Y não podia pertencer àquele grupo, mas a maior parte das vezes vão-se acumulando, semanas após semanas, em cima da mesa da sala, e nem mesmo o facto de ser o semanário de eleição dos portugueses me faz entender o porquê de ainda se comprarem jornais e de eu própria os comprar. Tirando a situação de ontem, em que saiu um artigo que realmente me interessava, todas as outras notícias foram faladas pelos outros jornais e podiam ser encontradas nas edições online, portanto, para quê estarmos a gastar dinheiro em algo que podemos ter gratuitamente?

quarta-feira, abril 23, 2008

Com tanta coisa interessante aqui…

Ultimamente a vontade de escrever por estas bandas não tem sido muita, mas blogger que é blogger inscreveu o seu blogue num qualquer site que lhe mede os visitantes. Obviamente, eu não fugi à regra. Não ligo muito aos números, mas como recebo os relatórios, espreito sempre quem por lá andou e o que procurou. Hoje, duas surpresas. Um brasileiro que adorou um post e uma pesquisa por putas no Pinhão que coloca este cantinho no 1.º lugar da tabela. Vá se lá entender estes fenómenos.

Entretanto aproveito para vos dizer que tenho um novo entretém: Herrar é umano

sexta-feira, abril 04, 2008

Quem fala assim...



Pelo menos ninguém pode dizer que foi enganado...

terça-feira, março 25, 2008

E porque sonhar faz bem…

… e ainda não se paga por isso, perante a notícia ‘Vencedor da lotaria volta a trabalhar no McDonalds para matar saudades’ dou por mim a responder àquela pergunta que tantas vezes nos fazem: se ganhasses a lotaria, o euromilhões ou o jackpot no Casino, o que farias? Em tempos, o meu mais-que-tudo dizia-me que até pagava casas aos amigos. Pois bem, eu duvido que aí chegasse – que me desculpem aqueles que estavam a contar com isso – e, em primeiro, saldava todas as minhas dívidas ao banco. Ainda ontem estivemos a ver e a prestação da casa, em pouco mais de quatro anos, aumentou mais de 200€. A seguir, e como essa é a única dívida que tenho (tirando o almoço de ontem), trocava os carros velhos por novos. Comprava um terreno à minha manuska e subsidiava-lhe a construção da casa. Para a minha cunhada, que ainda ontem teve a gentileza de me ligar a perguntar se nós queríamos as roupas que já não servem à minha sobrinha, levava 0, bola, rien. A sobrinha sim: um qualquer fundo de investimento mas sem os pais poderem mexer enquanto os tios fossem vivos. Os meus pais reformavam-se logo e passavam o resto das vidas a educar os netos e a viajar. Como a casa está paga, podia vir um carro novo para o pai e um chaço para a mãe andar a partir pela vizinhança. Aos nossos afilhados: um seguro de saúde vitalício para cada um, e já são cinco… Obviamente que os amigos mais chegados não seriam esquecidos e também seriam bafejados com a nossa sorte. Não sei como, mas num próximo sonho penso nisso. Isto tudo para chegar à bela conclusão que não deixaria de trabalhar. Onde estou actualmente sei que não terei saudades, mas tenho quase a certeza que não iria ficar em casa a gozar dos rendimentos. Viajar e aproveitar a filha que aí vem, e os outros cinco que assim também já podiam vir à vontade, montar o meu próprio negócio e não ter de me preocupar se já recebi o ordenado ou se posso comprar aquela mala que até nem me faz muita falta, essas sim seriam as minhas prioridades.

Para aqueles que vão ficar à espera que a sorte grande me bata à porta, fiquem a saber que nem jogo. Mas sonhar, sonho!

terça-feira, março 18, 2008

Queres ter positiva a inglês e matemática? Vai para NY*

Uma notícia no Sol dá conta que as crianças de Nova Iorque vão receber dinheiro por terem notas positivas na escola. Dizem eles que esta medida servirá para evitar que ganhem dinheiro ilegal nas ruas. Mas não será que se este tipo de incentivos começa quando as crianças têm entre oito e 11 anos, não fará com que elas nunca mais façam nada sem ser a troco de dinheiro? Já agora, não era suposto, para além de brincar, uma criança só andar na escola e, portanto, aprender e ter notas positivas?

Já aqui falei, não sei onde, mas creio ter falado, da diferença da educação escolar do meu tempo, ou do dos meus pais, e dos dias de hoje, em que parece se passou de um extremo para outro. Reguadas, puxões de orelha e vergastadas eram o que mais havia, enquanto agora nem uma palmada se pode dar. A caminharmos para esta situação nova-iorquina qualquer dia teremos as crianças a açoitar os professores, que serão obrigados a dar-lhes boa nota só para receberem uns trocos.

Notícia aqui

* e eu que nunca fui grande aluna a matemática e poderia ter aqui a oportunidade de estudar fora e transformar-me num ás...

sexta-feira, março 14, 2008

Nem Deus lhes abriu os olhos

Não sei se já o disse (este mês), mas irritam-me profundamente erros de português, sobretudo, quando aparecem em sítios como este.

Ainda ontem me dei ao trabalho de mandar um e-mail ao editor do Portugal Diário a dar conta de erros de falta de revisão em cinco notícias, e havia mais...

Irrita-me isto! Uma pessoa aqui a querer fazer carreira como revisora e ninguém vê.

terça-feira, março 11, 2008

O destino*

Dois leões fugiram do Jardim Zoológico. Na fuga, cada um tomou um rumo diferente. Um dos leões foi para as matas e o outro foi para o centro da cidade. Procuraram os leões por todo o lado, mas ninguém os encontrou.
Depois de um mês, para surpresa geral, o leão que voltou foi justamente o que fugira para as matas. Voltou magro, faminto, alquebrado. Assim, o leão foi reconduzido à sua jaula.
Passaram-se oito meses e ninguém mais se lembrou do leão que fugira para o centro da cidade quando, um dia, o bicho foi recapturado. E voltou ao Jardim Zoológico, gordo, sadio, vendendo saúde.
Mal ficaram juntos de novo, o leão que fugira para a floresta perguntou ao colega:
- Como é que conseguiste ficar na cidade esse tempo todo e ainda voltar com saúde? Eu, que fugi para a mata, tive que voltar, porque quase não encontrava o que comer...
O outro leão então explicou:
- Enchi-me de coragem e fui esconder-me numa repartição pública. Cada dia comia um funcionário e ninguém dava por falta dele.
- E por que voltaste então para cá? Tinham-se acabado os funcionários?
- Nada disso. Funcionário público é coisa que nunca se acaba. É que eu cometi um erro gravíssimo. Já tinha comido o director-geral, dois superintendentes, cinco adjuntos, três coordenadores, dez assessores, doze chefes de secção, quinze chefes de divisão, várias secretárias, dezenas de funcionários e ninguém deu por falta deles! Mas, no dia em que comi o desgraçado que servia o cafezinho estraguei tudo!

* ou a vontade de querer acreditar que há dias em que tudo faz sentido e que não podia encontrar palavras mais “sábias”

segunda-feira, março 10, 2008

TMN patrocina novo formato de Big Brother

Irrita-me pagar contas em lojas, restaurantes e afins com o Multibanco. Porquê? Mania da perseguição, talvez, mas não gosto que os senhores do banco conheçam os meus hábitos tão bem quanto eu. Prefiro levantar dinheiro e pagar as contas em notinha!
Agora, como se este fado que me persegue quase diariamente, não fosse eu esquecer-me constantemente de passar na caixa a levantar a notinha, não bastasse, também a TMN anda a fazer das suas, conseguindo a proeza de me irritar profundamente com os seus serviços inovadores.
Então não é que agora quando tentamos ligar para outro TMN que está desligado, quando o mesmo volta a estar operacional, recebemos um sms a dizer que o número que tentámos contactar já está acessível e para ligarmos só precisamos carregar no ok? Chamam-lhe eles: serviço Contacto Disponível, mas a mim soa-me mais a Controle-quem-você-quiser-a-qualquer-momento-do-dia-e-da-noite.

Um doce

O tempo não condiz, mas a verdade é que, apesar de se poder tornar irritante, esta música me anima.

quarta-feira, março 05, 2008

Depois da solidão, a morte

“O que Jesus deixou de melhor no Mundo foi a morte, porque vai o rico e o vai o pobre.”

Mariazinha das Sócias, vendedora de legumes no Bolhão, em entrevista à Única de 1 de Março.

Estação do Pinhão vira museu

Ao ler esta notícia no jornal Meia Hora é inevitável lembrar a última vez que por ali passei. Dois anos depois de termos pernoitado na zona, em plena encosta do Douro, num sítio onde o nevoeiro matinal se misturava com as nuvens e não nos deixava ver a terra que acordava lá em baixo, transportando-nos como que para um sonho, regressámos ao café mesmo em frente à estação do comboio. Vinho do Porto caseiro, era essa a nossa busca, mas uma visita pela estação para tentar descobrir como fazer os tradicionais passeios pelo rio levou-nos à conversa com um velhote que dizia trocar todas as suas terras pela nossa idade e jovialidade. Entre dois dedos de conversa, que acabaram por ser muitos mais, ficámos a saber quase toda a história da sua vida. Um velhote que, claramente, passa os dias na estação à espera dos amigos do dia-a-dia ou dos turistas com quem aproveita para meter conversa. É dos sentimentos que mais me assustam, mais até que a morte. Viver uma vida em função dos outros e do trabalho, sempre em busca de algo que nos preencha os dias ou que nos permita ter aquele estatuto ou aquela profissão que sempre sonhámos, para depois passarmos a velhice sem ninguém com quem conversar ou, simplesmente, ficar em silêncio a recordar memórias de outros tempos. Ficámos ainda a saber que um dos painéis de azulejos da estação tem a particularidade de ter um azulejo colocado de pernas para o ar, mas só mesmo quem lá vive e vive das histórias com que poderá “roubar” o tempo e a atenção de quem por lá passa é que pode saber estas histórias que acabam por se perder no tempo, algo que todos os dias pedimos para esticar e quando chegamos a velhos só queremos que passe depressa.

segunda-feira, março 03, 2008

Broche de pino

Para quem como eu, que não sou grande apreciadora de poesia e tenho uma grande falha a nível de literatura portuguesa, não conhece a vida e obra de Luiz Pacheco, editor, escritor e revisor, entre tantos outros empregos, falecido no início deste ano, sugiro a leitura da última entrevista que deu ao Sol, onde se podem ler pérolas como estas:

«Com a Maria do Carmo tive dois filhos. Ela levou-me à Macieira, à Sertã. Cheguei lá, conheci a irmã [a menor Maria Irene], ‘Espera aí que esta não escapa’. Não escapou. A Maria do Carmo veio-se embora para Lisboa com a nossa filha, deixou-me lá com o outro pequeno e eu forniquei a irmã, que ficou grávida. Vim para Lisboa e, mais tarde, vivi com as duas no mesmo quarto.»

«Convenhamos que, ao longo da vida, o Luiz Pacheco também não se tratou muito bem.
Não, tratei-me! Fui conservado em álcool. A questão é que não havia dinheiro para grandes rambóias. Não estou taralhoco de todo. Estou é um bocadinho desmemoriado e tomo muitos medicamentos.
»

A entrevista na íntegra está aqui.

terça-feira, fevereiro 26, 2008

À beira de um precipício só há uma maneira de andar para frente: é dar um passo atrás*

Quando era miúda, e até há relativamente pouco tempo, e ouvia os meus pais falarem das vantagens/desvantagens de se ter um negócio próprio ou trabalhar por conta de outrem, estar efectivo numa empresa era o objectivo da maior parte da classe trabalhadora, como que um sonho de vida que nos dava a segurança e garantia que teríamos dinheiro ao fim do mês para pagar a renda da casa, a água, a luz, o gás e o telefone. Hoje em dia, ter emprego é uma sorte. Ainda a faculdade não estava acabada e já eu tinha dois empregos, acabando posteriormente por optar por um só. Ao longo de quatro anos trabalhei numa empresa onde sempre me fizeram contratos de seis meses, renováveis no máximo por mais duas vezes, mas, se fizermos as contas, poderia estar assim até perfazer um ano e meio e não os quatro anos. Ou seja, entre contratos com empresas cujo capital era detido pela empresa-mãe, contratos com empresas de trabalho temporário e outros do género, lá se passaram os tais quatro anos. E para quê? Para alimentar a esperança de que um dia tudo seria diferente. Actualmente, estou há mais de dois anos a trabalhar a recibos verdes numa casa onde não há reconhecimento e, pior que tudo o resto, não há comunicação. Um dos meus melhores amigos está há mais de um ano sem emprego. Uma das minhas melhores amigas, só este ano, já trocou de emprego duas vezes, sempre em busca de algo melhor. Em tempos, tive três estagiárias que ainda hoje, passados quase dois anos, continuam sem emprego.
Agora leio uma notícia que diz que a ‘Estradas de Portugal abriu programa de incentivos para trabalhadores saírem da empresa’. E ainda ontem vi dados que davam conta que existem 112 idosos por cada 100 jovens. Alguém me consegue dizer para onde estamos a ir?

* frase de Michel de Montaigne

Hoje acordei assim...

Nunca percebi muito bem a ideia de se colocarem posts com o título que acabo de usar e a seguir usar fotos de pessoas famosas para ilustrar, no entanto, também eu acabo de o fazer, mas com uma música.

Everyone's feeling pretty
It's hotter than July
Though the world's full of problems
They couldn't touch us even if they tried
From the park I hear rhythms
Marley's hot on the box
Tonight there will be a party
On the corner at the end of the block

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

O melhor desta vida

Sem dúvida: os amigos!

Bom fim-de-semana

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Em mudanças

Passado o momento das invenções, o canto torna-se mais acolhedor, assumindo, dizem uns, a cara da sua proprietária.
Antes, era assim:
e agora passa a ter este aspecto mais límpido. A dona da casa gosta e vocês?

Nada como a sinceridade

Desde que tive oportunidade de o entrevistar, já lá vai mais de um ano, que fiquei sensibilizada com a sua humildade e também com a sua displicência em relação ao reconhecimento/tratamento de artistas como ele em Portugal. Vencedor de vários prémios um pouco por todo o mundo, Pedro Tochas continua a ter dificuldades em actuar cá e a prova disso mesmo é a sua última newsletter. Aqui em baixo, deixo-vos o pensamento que vem sempre no fim:

Estou a semanas de uma Estreia Mundial! E nestas alturas o que me passa pela cabeça é: Como posso promover os espectáculos? E a condicionante é: tem que ser uma promoção que não custe dinheiro.

Podia tentar andar pelas ruas, vestido somente de lycra cor de rosa a gritar: Pedro Tochas no Teatro da Trindade!!!! NÃO PERCA!!! Podia passar a mensagem errada...

Podia tentar fazer alguma coisa para aparecer nas revistas, tipo: Casar-me com uma princesa Sueca. Esta forma de promoção tem alguns problemas técnicos. Primeiro, ninguém quer casar comigo, quanto mais uma princesa Sueca; Segundo, nem sei se a Suécia tem uma princesa em idade casadoira.

Só me resta uma solução, podia pedir ajuda às pessoas que gostam no meu trabalho. Por isso estou a pedir ajuda a todos os que recebem o Tochas News... como tu que... AJUDA-ME!!!!!!!!! A ajuda que peço não é para dar uma ninhada de cães, não é para pedir sangue ou mesmo para ajudar na transferência de dinheiro de África para a Europa.

Eu só quero ajuda na divulgação destes espectáculos. Caso os 3 dias no Teatro da Trindade esgotem, deixam-me fazer mais um dia extra.

Respondendo a uma questão que me colocaram durante a temporada do "Work in progress" no Casino Lisboa: "Porque não fazes mais espectáculos em salas?" A resposta é: porque não consigo público para mais. Desta vez podes dar uma ajuda e pode haver mais espectáculos meus em salas.
(neste caso, mais um!!)

Ajuda como quiseres:
um post num blog;
um post num fórum;
uma carta para um jornal;
um artigo numa revista, jornal ou site;
ou simplesmente, aconselha um amigo ou amiga a ir aos meus espectáculos, porque não há nada mais forte que o passa palavra.

Notícia adequada ao dia

Na Sábado da semana passada uma notícia dava conta que cientistas do Reino Unido transformaram células de medula óssea de mulheres em espermatozóides. Quer isto dizer que se derem fundos para estes senhores continuarem os seus estudos, e se eticamente não houver nada contra, estamos a um passo de não precisarmos dos homens para a reprodução.
Não sei de quem terá partido esta ignóbil ideia, mas parece-me que, independentemente do que se diz muitas vezes, não podes viver com eles, mas também não poderemos viver sem eles. Mas isto sou eu…

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Socorro! Vamos morrer à sede

Depois de sabermos, pelos mais diversos estudos científicos, que o consumo de vinho só é benéfico quando ingerido moderamente, que o consumo de cafeína pode duplicar a probabilidade de abortos ou aumentar o nível de glicose nos diabéticos, entre tantas outras maleitas, que a ingestão de sumos de frutas naturais pode levar a um excesso de frutose, só nos faltava não poder beber água à nossa vontade também...

Britânico morre após beber água em demasia

Há ainda os que dizem que beber leite também faz mal :P
E depois os que dizem que beber urina ajuda a prevenir ou curar doenças, aumentar a beleza ou limpar o interior do organismo.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Conversas de circunstância

Depois de um dia qualquer da semana passada passar por duas senhoras que conversavam na rua e diziam:
- Ela já não vai nada para nova.
- Que idade é que ela tem?
- 38...

A conversa de hoje ao almoço tem mesmo de vir para aqui.
- Então e ainda não criaste um blogue?
- Tenho um para pais babados.
- Não, daqueles revolucionários?
- Não, já me deixei disso...

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

A vantagem de ler jornais atrasados

Lá está, uma vez mais, a vantagem de ler jornais atrasados. E este não o é assim tanto.
A 26 de Janeiro de 2008, Correia de Campos explica, em entrevista ao Expresso, que não lhe passa pela cabeça sair do Governo e que vê em cada momento de crise uma oportunidade de explicar aos portugueses o que anda a fazer no Ministério. Bastaram apenas três dias, três, para este senhor mudar de ideias.
De que outra forma pessoas como eu, que têm falta de capacidade de armazenamento cerebral, poderiam desfrutar destas pérolas? E eu que já me tinha abstido de tecer considerandos à entrevista que o actual presidente da Câmara Municipal de Lisboa deu à Sábado, por altura da campanha eleitoral, em que afirmava que distribuiria pelouros pelos vereadores, pois já tinha passado por uma situação idêntica quando se candidatou à Câmara Municipal de Loures, ficou em 2.º lugar (creio) e se manteve durante dois anos sem fazer nada. Direi eu, que para além da fraca capacidade de reter informação que não interessa a ninguém ainda sou má-língua, que para fazer o que tem feito na capital melhor seria que também aqui ficasse em 2.º.

quinta-feira, janeiro 24, 2008

terça-feira, janeiro 15, 2008

segunda-feira, janeiro 14, 2008

O mestre zen e o rapaz de 14 anos

No dia do seu 14.º aniversário, um rapaz recebe um cavalo como presente. Na aldeia, toda a gente disse: ‘que maravilha’. Mas, um mestre zen, que vivia na aldeia, disse: ‘veremos’. Um dia, o rapaz cai do cavalo e parte um pé. ‘Que horror?, disseram as pessoas. O mestre zen disse: ‘veremos’. A aldeia entrou em guerra e os jovens foram chamados para ir combater. Por causa do pé partido, o jovem não foi. ‘Que maravilha’, voltaram a dizer as pessoas, ao que o mestre zen respondeu: ‘veremos’…

Diálogo retirado de Jogos de Poder, baseado em factos verídicos que contam como os EUA financiaram a guerra do Afeganistão contra a União Soviética. Aconselhável a quem gosta de história, política e negócios feitos nos bastidores. Tom Hanks ao seu melhor nível. Um galã que nem com a idade perde qualidades.

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Ver o mundo pelos olhos de uma criança. Sem os arrancar, claro…

Tenho um amigo que gosta de ver o mundo pelos olhos de uma criança. Digo eu, da criança que tem dentro dele.
No primeiro post deste ano, ele fala do seu prato preferido e às tantas sai-se com esta: As minhas comidas preferidas são muitas, mas a melhor de todas é o bife com batatas fritas. Às vezes também como um ovo de cavalo no bife. Os ovos de cavalo são pequenos, e até parecem ovos de galinha. O cavalo, tão grande, ter um ovo tão pequenino é para mim um mistério tão grande como a tal montanha que partiu um rato. Porque é que a montanha partiu o coitado do bichinho?
Às vezes seria tão mais fácil se todos olhássemos para o mundo, e para aquilo que chamamos de problemas, com a ingenuidade que uma criança o faz.

O resto do texto está aqui

sábado, janeiro 05, 2008

Leituras em atraso

Quando se lêem revistas de Junho de 2007 (e seguramente não é a mais antiga. Ainda ontem li um Expresso de Março.) pode acontecer não encontrares nada que fizesse a pena estares a lê-la agora, ou podes encontrar uma notícia que se tivesses lido na altura te tinha passado ao lado, mas agora não. Assim foi com um artigo cujo título é ‘Obama: sex symbol na net’, que fala de um vídeo colocado no Youtube por uma apoiante de Obama que, entretanto, foi escolhido como o vídeo mais visto de 2007. Aqui está para quem não viu.




Ler livros de acção, aventura e sexo faz com que o corpo gaste duas vezes mais calorias do que se estiver em repouso, diz um estudo divulgado pela BBC, que também veio publicado na Sábado de Junho. A minha pergunta é: isto também se aplica aos filmes? É que ontem fui ver Eu sou a lenda e, apesar de em 80% do filme só se ver Will Smith, a verdade é que quando os noctívagos começam a fazer das suas, de calmo aquilo não tem nada. Vale a pena ver, mas não aconselho a grávidas. ;)

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Balanço de 2007

Vi isto aqui e resolvi fazer o mesmo.

Janeiro
O mês em que, à conta do Lisboa-Dakar, passei horas e horas a ler e a pesquisar tudo e mais alguma coisa sobre pilotos, equipas, resultados anteriores, objectivos, etc. Resultado: muita ansiedade e muitos nervos, que acabaram numa noite de choro. O mês em que, ainda à conta do Dakar, me levantei às 6h da manhã de um sábado para ficar horas a fio agarrada ao computador e ao telemóvel a acompanhar uma transmissão online, gastei o saldo do telemóvel com sms e o que me salvou foi o telefone de casa.
(Este ano não há Dakar. Foi cancelado devido a ameaças directas feitas à organização, depois de na Mauritânia terem sido mortos uns turistas. Fui almoçar perto do IPO, entre o Jardim Zoológico e Sete Rios, zona prolífera em hotéis, e foi desolador ver os carros, camiões e pilotos a fazerem fila para entrar nas garagens e estacionar onde houvesse um buraquinho.)

Fevereiro
Fui ao teatro ver uma peça de que não gostei particularmente. No entanto, consegui não fazer uma crítica muito má aqui.
Acolhi um estagiário que só trabalhou um dia.
Fui ver os Stomp.
Comprámos um portátil que mal usamos…

Março
Entre filmes que adorei, reuniões, Meia-Maratona, conferências, tentativas de me armar em Teresa Guilherme, a casamenteira, pouco ou nada se passou que valha a pena declarar.

Abril
Depois de começar a ver luzes piscarem constantemente e de as dores de cabeça e tonturas se terem apoderado de mim, este mês ficou marcado pelos tratamentos ortópticos (à vista) quase dia sim dia sim. O relatório está pronto desde Outubro… alguém pode passar na CUF Descobertas a buscar? ;)
Abriu o Túnel do Marquês e, depois de em 2005, o ter visitado ainda todo lamacento, desta vez voltei a ter uma visita guiada, com quem percebe do assunto, exclusiva.

Maio
Fiz um curso de maquilhagem. Pode parecer uma coisa fútil, mas acreditem que este não foi um grande passo para a humanidade, mas foi-o para mim.
Creamfields e City Chase, dois eventos marcantes.

Junho
O Robert de Niro veio a Portugal e eu fui fotografá-lo! Os Rolling Stones vieram a Lisboa e eu fui vê-los!

Julho
Rodrigo Leão nos jardins em frente à Torre de Belém. Gala das 7 Maravilhas do Mundo. Wraygunn no Santiago Alquimista. Xutos & Pontapés em Loures.

Agosto
Praia, praia e mais praia. Nunca Agosto foi tanto um mês de praia como este ano. Terá sido por isso que foi neste mês que engravidei?
Concerto da Mariza em Óbidos – o mais lindo espectáculo musical a que já assisti até hoje.

Setembro
Cancun. México. Iguanas. Piscina. Iguanas. Praia. Iguanas. Sol. Iguanas. Calor. Iguanas. Tchichen Itzá. Iguanas. Tulum. Iguanas.

Outubro
O mês em que a nossa vida mudou: no dia 10, o teste de gravidez deu positivo! Tudo o resto passou para 2.º plano.

Novembro
Em menos de meia-hora conseguiram assaltar-nos a carrinha. Estava num local isolado? Não? Estavam pessoas dentro de uma caravana estacionada mesmo ao lado? Sim! A polícia fez alguma coisa? Não!
Concerto da Mariza no Pavilhão Atlântico – depois de Óbidos, um fiasco.

Dezembro
Foi assinado o Tratado de Lisboa, o que quer que isso signifique para nós… mas fica sempre bem o registo de um acto (simbólico) tão importante para o país.

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Seguir os sonhos

Escrever é algo que gosto de fazer. No ano passado, tinha-me resolvido, depois da planta e do animal, a escrever um livro. Ainda não foi dessa e também não sei se será desta. Conhecedora da minha faceta de escritora, em tempos, a propósito de um concurso de contos de terror, a minha irmã incitou-me a participar. Depois de, em 2005, ter participado no concurso Desafio: Criar!, da Coolbooks, e de até ter sido distinguida com a Menção Honrosa, para este concurso já me devia sentir mais à vontade. A verdade, porém, é que já na altura não gostei do conto que escrevi, muito pessoal, e desta vez escrever um conto de terror também não me seduziu. Começar, dizem alguns autores, é o mais difícil. Eu concordo. No entanto, comecei o conto mas não lhe dei seguimento. Agora que estou a passar o ano que passou em revista, deixo aqui o curto início do que poderá ser uma bela história. Se andar por aí algum escritor e o quiser usar, sinta-se como em casa!

Do cimo da escada um som quase inaudível. O vento não se ouve, mas as folhas da laranjeira teimam em chocar contra a janela do quarto, enfeitada com os linhos da D. Virgínia. Cá em baixo, só o som da televisão e do teu roncar, acentuado pela crise de sinusite que sempre te ataca nesta altura do ano. Mas não são só as flores que pintalgam o jardim, dando-lhe um novo colorido.