sexta-feira, julho 30, 2010

Morreu António Feio

Hoje morreu António Feio, actor, encenador e, sobretudo, uma pessoa de bem com a vida, que tive o privilégio de entrevistar em duas ocasiões distintas. Privilégio esse que de há um ano a esta parte foi acrescido de outro: o de trabalhar no mesmo edifício onde ele morava. Foram várias as vezes em que me cruzei com ele e, logo na primeira, pensei: «vou dizer-lhe qualquer coisa. Coragem, homem! Força! Você consegue!». Mas a timidez com que conduzi as primeiras perguntas que lhe fiz, a propósito do Filme da Treta, foi a mesma que se apoderou de mim na hora de dar o primeiro passo. Já numa outra altura, reencontrei o professor que despoletou em mim o interesse pela leitura e não tive coragem de me dirigir a ele e perguntar «lembra-se de mim?». Ainda hoje é uma situação que recordo com algum pesar, tal como ter perdido a possibilidade de dar uma palavra de apoio a António Feio. Quantas vezes deixamos de fazer coisas, que depois nos arrependemos, e perdemos a oportunidade? Às vezes, devíamos ser como as crianças: não complicar e ser o mais sinceros possível. Como o próprio António Feio disse na sua última mensagem no facebook: parem para pensar!

quarta-feira, julho 28, 2010

Uma questão de prioridades

Aviso prévio: também devia estar a trabalhar.

Quando não temos tempo para respirar, quando ficamos de bexiga cheia até à última, quaisquer cinco minutos entre trabalhos servem para espreitar o blogue de uma amiga ou o facebook, a ver quem por lá anda e o que diz. Mas e quando não temos assim tanto trabalho quanto isso? Como é o nosso comportamento? Passamos o dia no facebook, a ver tudo quanto é fotos, dos amigos dos amigos dos amigos, que nem conhecemos, a ver blogues ou outras coisas que, regra geral, não contribuem em nada para o trabalho que supostamente temos de fazer. E depois fazem-se coisas apressadas, normalmente mal feitas, que em outras circunstâncias teriam tudo para correr bem à primeira. E porquê? Porque se perderam os ritmos de trabalhos, por desinteresse, por desmotivação? Será uma questão de (falta de) prioridades ou, pelo contrário, uma questão de marcar uma posição ao assumir «estou a cagar-me para isto!»?