segunda-feira, janeiro 12, 2009

Não sei falar de amor

Podia dizer que não me lembro da última vez que aqui escrevi, mas a data ali em baixo diz-me quando foi. No entanto, posso dizer que me parece que foi à uma eternidade.
Desde Outubro, aliás, desde Agosto, do ano passado que a minha vida mudou. No espaço de um ano engravidei, fui despedida, fui readmitida, fui deixada ao abandono, sozinha numa sala, durante cinco meses, a minha filha nasceu e troquei de emprego. Parece que nada de extraordinário aconteceu, mas a verdade é que o meu baralhar e dar de novo, agarrando na expressão de um querido amigo, é quase diário e quando acho que finalmente as coisas se começam a encaminhar, lá surge uma nova carta inesperada na manga que me faz repensar todo o jogo.
Na altura em que escrevo estas palavras ainda o faço com o sentimento de derrota, de alguém que apostou tudo o que tinha e perdeu. Ok, estou a dramatizar um pouco e o que aos meus olhos parece um dramalhão até pode ser encarado como um problema de gestão rotineiro. Sinto que ao longo dos últimos anos tenho aprendido muito e cresci ainda mais, pessoal e profissionalmente, mas às vezes ainda sinto que me estão a tirar o tapete de debaixo dos pés e nem mesmo o salto das botas de matar baratas no canto da sala - ou à saída de concertos na Torre de Belém - o consegue manter no lugar. E é nestas alturas que nasce mais um cabelo branco, aparece mais uma ruga e começa uma nova dor de barriga. É também nestas alturas que penso, ainda que por um nanosegundo, mais valia ser funcionária pública. Mas depois apanho vento na mona, escrevo, falo e tudo acaba por se compor. Pelo menos assim o espero...

http://www.deolinda.com.pt/
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