sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Maitê completamente perdida no S. Jorge

Na 4.ªf tive o privilégio de assistir à estreia da peça Achadas e Perdidas, em que Maitê Proença, a partir do seu livro Entre Ossos e a Escrita, escolheu os seis melhores contos e trouxe-os a palco. E entre contos com algumas inteligentes adaptações ao nosso português, posso dizer que foi uma desilusão. Em palco, para além de Maitê, estava Claudia Borioni, actora para mim desconhecida, mas com uma prestação de fazer inveja a muitos.
No entanto, e apesar de não ter gostado particularmente da peça e só pensar que ainda bem que fui convidada e não tive de pagar, já para não falar que valeu a pena só pela companhia e pelo reencontro com uma cara tão estranhamente familiar…, houve um dos contos que, ainda assim, me tocou. As meninas, assim se chamava. A história não era a mais agradável, afinal quem é que gosta de falar sobre a morte? No entanto, acho que este conto tinha muito mais, tinha a ingenuidade e sinceridade que só as crianças têm, de fazerem perguntas sem parar, muitas delas sem uma resposta fácil, e de os amigos serem o mais importante de tudo. “Você vai perguntar mesmo se eu não quiser responder…”, “fico com um buraco no coração para encher de amigos” ou “porque é que hoje há tantos porquês quando antes só havia um dia após o outro”, foram algumas das frases que me ficaram na memória.
A melhor crítica chegou no fim. Miguel Sousa Tavares, que fazia parte dos ilustres convidados como moi-même, dizia “há textos que não foram escritos para teatro”.

4 comentários:

Anónimo disse...

"Estranhamente familiar?"

Anónimo disse...

Tinhas razão... conseguiste ver o copo meio cheio! Eu vi-o tão vazio que nem me lembrava disto.

sara disse...

Estranhamente familiar foi o comentário da nossa ex-colega!

Tal como em tudo na vida, o copo está normalmente meio cheio. Por mais negro que nos possa parecer, há sempre uma lição a tirar!

Anónimo disse...

gostei mesmo desta tua resposta! :)
Tens razão!