sexta-feira, novembro 03, 2006

Do piorzinho que já ouvi

A caminho de casa, enquanto fazia zapping pelos postos de rádio, eis que ouço esta pérola…
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

(…)
Letra e música: Gilberto Gil, Chico Buarque (1973)

Há mais mas não vos quero massacrar com o “afasta de mim esse cálice” repetido até à exaustão, e vendo assim, a letra até pode ser interessante, mas ouvida esta música é má, muito má. Das piorzinhas de sempre. Ou então sou eu que realmente não percebo nada de música!

5 comentários:

Anónimo disse...

Fique já claro que, para mim, dizer mal de Chico Buarque é uma das maiores heresias que alguém pode cometer. :)

Enfim, exageros à parte, goste-se ou não, o homem é um dos maiores compositores do mundo e, inclusive, tido como um dos que melhor percebeu a mulher.

Há uma razão para esta música ter esta letra. Vivia-se a época da censura no Brasil e o "cálice" tantas vezes repetido foi propositado.
Era um modo, de dizer inúmeras vezes "cale-se" (em português com sotaque do Brasil soam quase iguais)e com isso fazer referência à quantidade enorme de coisas (por isso a tal repetição) que a censura calava.

É assim a vida, anda um homem a lutar contra a censura, a arranjar formas de a criticar escapando, criando uma canção que é um símbolo dessa mesma luta e a senhora resolve vir para aqui desancá-lo! Está mal e vai ser castigada com requintes de malvadez.

E exijo um esclarecimento na primeira página! :)

JB

RM disse...

Tu foste dizer mal do Chico à frente do homem? Sinceramente... Já agora, posso juntar-me a ti? :) Também não gosto e não consigo perceber a febre toda à volta do homem... Enfim, o JB com Chico, eu com o Sérgio. Cada macaco com o seu galho.

Anónimo disse...

Esta coisa do "o JB com o Chico e eu com o Sérgio" parece uma orgia homossexual. Ainda por cima com galhos e macacos à mistura!
Este blogue devia ser censurado!
Digo mesmo mais: Cálice!

JB

RM disse...

E não é que parece mesmo? Raisparta...

Sara disse...

Quando vi de quem era a música pensei logo que este post ia ser alvo de comentários, mas daí até chegar a uma orgia homossexual... meus senhores, contenham-se!, que é como quem diz Cálice!
Raisparta mesmo!