segunda-feira, novembro 06, 2006

O Perfume

Não me lembro ao certo o tempo que demorei, mas sei que não foi à 1.ª nem à 2.ª tentativa que o consegui ler de uma vez só. Um erro. Ou então não estava na altura certa para o ler. A verdade é que depois o adorei, mas também tenho uma explicação – que vale o que vale – para as dificuldades que tive. Não gosto de cheiros. Se for a passar em frente a uma perfumaria, mudo para o outro lado da rua. Antes dizia que o meu cheiro preferido era o dos coentros. Até cheguei a fazer velas com flores de coentros espigados a ver se dava resultado, mas a façanha não correu assim lá muito bem. Hoje em dia, que já estou mais crescida, já consigo apreciar alguns cheiros, acender umas velas lá por casa – adoro, sobretudo as de café – e até usar um perfumezito quando estou mais inspirada. Entrar em perfumarias continua a ser um sacrifício.

A foto em cima é do filme que quase garantidamente me vai fazer voltar a entrar numa sala de cinema, volvidos dois anos que estão desde a última vez. É de O Perfume, e deve ser a foto que melhor ilustra – pelo menos para mim – todas as sensações que o livro provoca. Ao ver esta imagem foi como se as palavras se reacendessem na minha mente e o cheiro da banca de peixe onde o Grenouille nasceu entrassem pelo nariz.

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