domingo, maio 27, 2007

Acerca da consciência e cobardia*

Na semana passada, os Da Weasel foram uma das bandas a passar pelo palco principal do Creamfields Lisboa. A certa altura, o Pacman virou-se para o público e perguntou se ali estava algum filho da puta do PNR, a que se seguiram alguns ataques ao líder do partido e seus elementos. Na crónica de hoje, que escreve para a revista do Correio da Manhã, Pacman assume que durante os concertos está numa espécie de transe difícil de explicar. Vai daí os insultos. Diz ainda que questionou alguns amigos a saber se fariam o mesmo, acrescentando que na altura pensou logo que estava lixado. Eu, que estava lá, confesso que fiquei boquiaberta com a atitude e pensei exactamente o mesmo que ele. No entanto, não deixo de querer acreditar que, apesar do tal estado de transe, foi mesmo um acto de coragem. Só ainda não consegui perceber se é isto que queremos, se é assim que se fazem as coisas... se por um lado devemos defender que não é a cor da pele que interessa, que é o que a pessoa é e faz no seu dia-a-dia, não sei se a melhor maneira de o fazermos é alimentar este tipo de atitudes de pessoas que dizem prezar a família acima de tudo, mas que assumem, claramente, que o que querem é acabar com os imigrantes e com os gays. Não conseguindo fazer isso muitas vezes, parece-me que há umas quantas que o melhor é mesmo ignorar.

* título roubado à crónica do Pacman

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