quarta-feira, agosto 08, 2007

Home sweet home

Há uns anos, e num espaço de tempo muito próximo, soube que a minha mãe tinha cancro da mama, que o meu namorado (agora marido) estava em risco de ficar paraplégico e que o meu pai tinha de ser operado ao coração o mais rápido possível, correndo o risco de morrer a qualquer momento. E dou por mim a pensar que de um momento para o outro tudo se pode desmoronar e ficar sem aqueles que dão significado à minha vida. Consciente ou inconscientemente, e independentemente de não dever ser assim, a verdade é que as pegas com a minha mãe, os amuos de namorados, as turras com o pai, passaram a ser bem menos constantes e só de pensar que amanhã posso não os ter me faz repensar cada palavra mais exaltada que nas mais diversas ocasiões me apetece disparar boca fora.
E agora vejo que a mãe daquela jovem austríaca que foi raptada por um vizinho e esteve fechada na cave do senhor durante mais de oito anos, lançou um livro em homenagem à filha. Atitude bonita sim senhor. Não fosse a senhora, cujo livro se chama Anos Desesperados: A minha vida sem Natascha, ter dito em conferência de imprensa que mantém "um bom contacto" com a filha, embora de forma menos regular do que no início, já que a Natascha tem o seu próprio apartamento. Hã? "Não quero incomodá-la", ainda se justificou a mãe que ficou muito abalada porque no dia em que a filha desapareceu se tinham zangado de manhã e nem tinham dado um beijo de despedida. Ou sou eu que tenho uma visão muito deturpada do peso e valor que tem a família ou não sei, mas acho que não é assim que se recupera de oito anos de sofrimento.

A notícia aqui.

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