terça-feira, julho 04, 2006

Urgências

Procuro a hora da tua chegada, mas todos os voos dizem «delay».
A vida é maravilhosa quando não se tem medo, Chaplin.
O Pai Natal dá na coca.
O tempo é como é, não se deixa enganar, é preciso comprá-lo.
Tanto tempo perdido a fazer coisas sem importância e agora não tenho tempo para chegar ao hospital.


Absurdo? Não, nem por isso. São apenas algumas frases tiradas de peças que fazem parte de “Urgências 2006”, que tem como mote a pergunta “O que é que tens de urgente para me dizer?” e que estreia no Teatro Maria Matos agora no dia 6 e vai lá estar até ao fim do mês. Eu gostei, emocionei-me e saí com a sensação de que ainda tinha tanto para dizer, a tantas pessoas que gosto e que fazem com que os meus dias sejam melhores. Os olhos foram os primeiros a dar parte fraca e só me apetecia agarrar no telemóvel e ligar a toda a gente, nem que fosse para dizer “Olá, lembrei-me de ti”, porque realmente não sou a mais carinhosa das pessoas e estas são as formas que arranjo para tentar demonstrar que não me esqueço de quem é importante para mim. Antes escrevia cartas e postais enormes ao meu mais-que-tudo, até um dia em que como não recebia de troca não escrevi mais, apesar de saber que ele se expressa de outra maneira e, por isso, não lhe posso exigir que seja como eu, porque também não gosto que me exijam o que não sou. Mas, mais uma vez, e como acontece na peça, perdemos muito tempo com coisas sem importância, e as palavras que tinha de urgente para dizer ainda continuam em mim. Seja como for, e porque acho realmente que cada dia deve ser vivido como se fosse o último, espero conseguir a cada dia que passa dar mais um passo na minha evolução pessoal e passar para palavras o que me vai cá dentro. Até lá ficam os gestos e a pergunta: “E tu, o que é que tens de urgente para me dizer?”

2 comentários:

Anónimo disse...

Tenho para te dizer que tenho um grande orgulho em dizer que sou teu amigo.

JB

Anónimo disse...

Tenho sempre coisas urgentes para falar contigo.
Digo hoje tudo e amanhã sei que haverá mais.
Há sempre mais.
É aquela sensação que só temos com as pessoas que, não só fazem parte da nossa vida, mas que queremos que a vivam connosco, de tão importantes que são nela.

beijo grande