sexta-feira, agosto 18, 2006

É aqui a secção de perdidos e achados?

Ao passar os olhos pelos jornais nacionais deparo-me com uma notícia que fala do refugo dos CTT, uma espécie de perdidos e achados, onde se pode encontrar desde presuntos (quem é que envia um presunto pelo correio?), vibradores, pneus de camião (esta então ainda me parece mais incrível que a do presunto), pregos, alianças (nada como o amor à distância!), medicamentos, bicicletas até sacos para cadáveres (o quê? – sim, vou só ali assassinar o meu vizinho e não tenho sacos próprios para depois o acondicionar antes de cortar às postas e colocar na arca frigorífica, será que me pode enviar uns?).
Ainda assim, dou por mim a pensar o quão fascinante poderá ser, mas isto também pode ser o meu lado coscuvilheira a falar. Encontrar os objectos mais disparatados, fotografias, cartas e, qual Amélie Poulain (também fazia brincos com as cerejas e também adoro deitar-me numa cama acabada de fazer), tentar descobrir o saudoso dono para lhes fazer chegar os seus pertences.
Lembro-me de, há cerca de 4 anos, a minha mãe ter encontrado uns rolos fotográficos num sítio, daqueles turísticos mas isolados, onde foi. Como não viu ninguém, resolveu trazê-los e revelá-los. Escolhemos algumas fotos e elaborámos um e-mail que iria funcionar quase como spam, numa tentativa vã de encontrar os seus donos. Eu, que já me armei em especialista em máquinas fotográficas e consegui apagar todas as fotos do dia do casamento de um dos nossos primos e melhores amigos, sei o que é ficar sem aquelas fotos para mais tarde recordar, sei a frustração que se sente… e gostava mesmo de andar entre perdidos e achados a vasculhar tudo, a tentar encontrar pistas para chegar aos donos!

Notícia aqui.

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