segunda-feira, agosto 28, 2006

Vicissitudes

Vinha a descer a rua, depois de um melancólico dia de trabalho (e ainda agora começou a semana que vai ter, no mínimo, 12 dias), e mesmo antes dos semáforos, que teimam em estar vermelhos à minha passagem, porque sabem que desde que apanhei duas multas de velocidade não passo nos sinais laranja a puxar para o tinto, reparo num carro, em sentido contrário, cuja velocidade era facilmente ultrapassável por uma criança a gatinhar, e nos seus ocupantes. Era o Sousa Veloso. E, de repente, aquela imagem mental do TV Rural e das suas patilhas. Nem a velhice lhe mudou as feições, reconhecíveis à distância. E eis que me vem a memória um programa, provavelmente da BBC ou de outro canal do género, em que mostravam as alterações que o corpo vai sofrendo à medida que envelhecemos e uma das alterações que me recordo melhor era o facto de as orelhas continuarem a crescer. Não me perguntem porquê, mas naquele momento só reparei nas orelhas do senhor e lembrei-me do meu avô, cujas orelhas também continuaram a crescer e que são uma das partes que melhor recordo porque passava a vida a puxá-las. Lembro-me das mãos de toupeira que religiosamente cortava, mas não era uma qualquer, havia ali alguma "ciência", porque as tradições (ou superstições?) têm destas coisas, e que todos nós fomos guardando (eu guardava a minha na carteira e ainda há quem se lembre disso), até que um dia o stock acabou e agora já não há quem apanhe toupeiras...

3 comentários:

Rafael disse...

Gosto de tradições, mas não tenho superstições. As nossas orelhas crescem porque somos descendentes de duendes!lol

Boa tarde!

bjs**

Sara disse...

E eu que andei estes anos todos a pensar que descendiamos dos macacos...
bjs

Rafael disse...

não não... isso é um erro comum. Nós descendemos mesmo é dos duendes.