terça-feira, agosto 08, 2006

O n.º 26

Esta manhã passei pela Av. da República. Inevitavelmente, parei mesmo em frente ao n.º 26, de onde tenho tantas recordações. Agora está novamente vazio, o pó acumula-se nas janelas e falta-lhe o brilho com que o via em cada dia que entrava por aquela porta castanha espelhada. A paragem era no 3.º andar (se bem me recordo - eu e mais dois!). Lembro-me da 1.ª vez que ali entrei, da entrevista com o mestre das barbas, do aniversário da Joana comemorado com um bolo de chocolate, em que tentei encostar-me a um canto, na esperança de que ninguém se metesse comigo, das idas à copa, dos almoços na pastelaria que dias antes tinha sido “atacada” por um emigrante, do café da esquina onde comia os melhores folhados, da Versailles onde, uma vez, cometemos a loucura de tomar o pequeno-almoço, das idas ao centro comercial à hora de almoço, das muitas idas ao Mac’Donalds, das muitas idas à Pans, da corrida de cadeiras à hora de almoço (esta não assisti, mas está nos anais da história), dos engravatados que teciam comentários piores que o pior dos trolhas, de apesar das diferenças conseguirmos, uns mais que outros, trabalhar em equipa, de sermos chamados ao mais alto piso para conhecermos o novo administrador, e entrarmos numa sala que parecia saída de um filme, de passear pelos quarteirões vizinhos e parar em frente ao ex-Cappucino e ficar a saber que provavelmente tinha de prosseguir a minha vida noutro local, de encaixotar os bonecos do Happy Meal que decoravam o topo do móvel e onde tantas vezes nos divertimos a fazer as posições mais estranhas com bonecos da Disney. Não me lembro do último dia. Lembro-me de regressar, passados dois meses, às novas instalações, mas não me lembro do último dia ali. Pelo menos, ficaram as boas recordações, o tanto que aprendi e as amizades!

E é nestas alturas que o telefone toca sempre...

1 comentário:

Anónimo disse...

Era uma das recordações que insiste em tentar ser mais que isso.

JB